Cocote, uma galinha especial


Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?

Há muitos e muitos anos, num distante país da África, vivia Cocote, uma galinha (quase) como todas as outras.
Cocote morava num galinheiro, habitado por outras vinte galinhas.
O dono do galinheiro alimentava sua criação de milho e resto de casca de legumes. Todos os dias ele entrava no galinheiro, jogava o milho e as cascas de legumes e, em seguida, ia recuperar os ovos botados pelas galinhas. Somente de tempos em tempos, uma galinha terminava na panela de pressão.
Pois bem. Cocote, ao contrário de suas colegas, não botava ovo, mas passava o dia tricotando. Tricotava cachecóis que utilizava no inverno, quando a temperatura do galinheiro caía de 50 graus para 45 graus celcius.
A primeira vez que Cocote tricotou, foi um cachecol azul celeste. Quando as galinhas do galinheiro viram aquela belezura, ficaram encantadas. Quem nunca ficava encantado com Cocote era o dono do galinheiro que, cada dia que passava para recolher os ovos, partia batendo a porta e exclamando que Cocote ia virar galinha no molho se não botasse ovos!
Foi então que as outras galinhas tiveram uma idéia brilhante: todos os dias depositariam 4 ovos no ninho de Cocote. Em troca elas reclamariam, cada uma, um cachecol.
Cocote, que não era boba, aceitou a troca. Passou a tricotar sem parar: eram linhas amarelas, azuis, vermelhas, roxas, verdes... Enfim, eram cachecóis de todas as cores que desfilavam pelo galinheiro.
Um belo dia Cocote começou a tricotar o mais belo dos belos cachecóis. Assim que ficou pronto, todas das galinhas ficaram de bico aberto. Logo começaram a cacarejar, dizendo que queriam o mesmo. Cocote, mais uma vez, aceitou e se pôs a tricotar duas dezenas de cachecóis pretos com bolinhas brancas.
Foi assim que Cocote não virou galinha no molho e acabou criando moda. Mas foi assim também que nasceram todas as galinhas d'angola do mundo.